Servidores estaduais ocupam a porta da Alerj e denunciam omissão e desrespeito do governo Cláudio Castro

Em mais um capítulo da luta por valorização e justiça salarial, servidores públicos estaduais realizaram na tarde desta terça-feira (17 de junho) um ato histórico em frente à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj). Por mais de cinco horas, diversas categorias da saúde, educação, segurança pública, fazenda, ciência e tecnologia, ocuparam as ruas com faixas, palavras de ordem e carros de som, exigindo respostas concretas do governador Cláudio Castro e dos parlamentares sobre a recomposição salarial.

A manifestação começou às 13h e contou com a presença massiva de trabalhadores e entidades representativas de todo o estado do Rio de Janeiro. Apesar da mobilização pacífica e da expressiva participação, a resposta do Governo do Estado foi marcada por silêncio e desrespeito, pois nenhum representante do Executivo estadual apareceu para dialogar com os manifestantes.

Ainda assim, a pressão dos servidores teve efeitos concretos no Parlamento. No meio da tarde, uma comissão de representantes foi recebida pelos deputados Flávio Serafini (PSOL), Luiz Paulo (PSD), Marcelo Dino (União) e Tia Ju (Republicanos) que estava como presidente interina da casa na ausência do deputado Rodrigo Bacellar (União Brasil).

Em reunião no gabinete da deputada Tia Ju, os parlamentares membros do Grupo de Trabalho instituído para discutir a viabilidade da recomposição junto às lideranças dos servidores, discutiram a urgência de uma solução e foi apresentada pelos deputados uma proposta viável de reajuste.

A proposta prevê uma recomposição total de cerca de 25%, sendo 13,05% referente à dívida já existente do Estado e cerca de 10,53% correspondente à projeção inflacionária de 2024 e 2025. O pagamento da primeira parcela, de 13,05%, estaria previsto para julho de 2025, e a segunda parcela com previsão de ser paga em janeiro de 2026. A proposta será analisada pelas lideranças sindicais do Movimento Recomposição Salarial, Já! e ainda será discutida com o deputado Rodrigo Amorim, que não pôde comparecer à reunião.

A manifestação reforça o clima de insatisfação crescente entre os servidores estaduais e o desgaste da relação com o governo do Estado. O silêncio do Executivo confirma a urgência da mobilização coletiva como principal ferramenta de pressão.

O FOSPERJ e o Movimento esperam que a proposta apresentada pela Alerj não fique apenas no papel e que a mesa de negociação seja formalizada com a participação de representantes do governo e dos deputados.

A mobilização continua. Os servidores deixam claro que não aceitarão retrocessos. Justiça salarial já!