Reajuste seletivo para auditores expõe falta de compromisso do governo com servidores do Rio

Enquanto milhares de servidores do Estado do Rio de Janeiro aguardam há anos o cumprimento integral da recomposição salarial prevista em lei, o governo de Cláudio Castro avança com uma proposta de reajuste exclusivo para os auditores da Controladoria-Geral do Estado. O Projeto de Lei 5.339/25, que será votado na ALERJ, prevê salários que podem chegar a quase R$16 mil, sob a justificativa de valorização da categoria e fortalecimento do controle interno.

O detalhe é que, mais uma vez, o governador escolhe atender apenas a uma fatia do funcionalismo, ignorando a realidade de professores, profissionais da saúde, segurança e outras áreas essenciais que acumulam perdas históricas. Se há espaço fiscal e criatividade para reajustar auditores, por que não há o mesmo empenho para cumprir a recomposição salarial de todos os servidores, já prevista em lei desde 2021?

A seletividade nas decisões expõe a falta de compromisso do governo com o coletivo, privilegiando carreiras específicas enquanto a maioria segue sem qualquer perspectiva de valorização. O discurso de responsabilidade fiscal não convence quando o próprio Executivo demonstra capacidade de financiar reajustes pontuais, mas foge da obrigação de tratar a recomposição como direito universal do funcionalismo.

Diante dessa realidade, a mobilização ganha ainda mais força. O Fosperj e o Movimento Recomposição Salarial, Já! seguem na linha de frente, cobrando coerência, justiça e compromisso do governo com todos os trabalhadores do serviço público.