Nota de pesar ao companheiro José Carlos Arruda, padrasto de Yasminny e servidor aposentado do TJRJ
Yasminny Couto Ribeiro era mulher, farmacêutica, tinha apenas 28 anos de idade quando, no último dia 2 de fevereiro, foi brutalmente assassinada por um ex-namorado que já a ameaçava há três anos. O crime aconteceu na cidade de Sumidouro, região serrana do Rio. Este é mais um caso de feminicídio no estado e que representa, infelizmente, uma realidade que ainda está muito longe de acabar.
O assassino confesso, Willian Hottz da Silva, de 32 anos, foi capturado pela polícia logo após o ocorrido e já foi transferido para o presídio de Benfica, no Rio de Janeiro. Antes do crime, no entanto, Yasminny já o havia denunciado e estava sob medidas protetivas do Judiciário. Mesmo assim, Willian continuava solto e planejou o assassinato de sua ex-namorada, fazendo tudo de forma premeditada.
Este é o tipo de feminicídio mais recorrente, inserido no contexto de uma relação íntima de afeto marcado por inúmeras ameaças, que infelizmente não foram tratadas com a devida seriedade, deixando o criminoso solto e pronto para efetivar o crime. Para evitar que a morte de Yasminny não seja reduzida a mais um número é preciso garantir que medidas protetivas funcionem e as denúncias sejam levadas a sério pelas autoridades. Não faltam leis de proteção aos direitos das mulheres, mas estas precisam ser efetivas.
Garantir que a justiça seja feita não vai acabar com a dor, o luto pela perda de uma mulher jovem, cheia de sonhos e vida, mas ao menos vai servir para que outras mulheres não passem pela mesma situação e entrem para as estatísticas desastrosas de feminicídio em nosso estado.
O Fórum Permanente dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (FOSPERJ), e todas as entidades sindicais e associativas que o compõem, oferece sentimentos à família de Yasminny, em especial ao seu padrasto José Carlos Arruda, servidor público aposentado do Tribunal de Justiça do Estado, que participa ativamente do Fórum e da luta pelos direitos dos servidores. Arruda esteve na fundação do FOSPERJ e já foi diretor do Sindjustiça-RJ, entidade de classe representativa dos trabalhadores do TJRJ.
A revolta e a indignação de sua família também é do Fórum, que exige do Ministério Público e da Polícia total empenho, do Judiciário uma condução processual célebre e do Tribunal do Júri uma punição e condenação ao assassino confesso. Chega de feminicídio, de assédio e ataques contra as mulheres. Essa precisa se tornar uma luta incessante de toda a sociedade. Yasminny Ribeiro, presente!