CORONAVÍRUS: O QUE IMPORTA SÃO AS NOSSAS VIDAS

Os momentos excepcionais causados pela pandemia do Coronavírus estão deixando toda nossa população preocupada e vivendo dias cheios de incerteza e insegurança. Diante desta situação, que já provocou milhares de mortes em todo mundo, cabe ao poder público preparar e amparar os cidadãos para conter as crises sanitária e econômica.

Neste momento, o que importa é salvar vidas. Distanciamento social, testes para identificar os casos, proteção aos trabalhadores e organização do sistema de saúde para receber pacientes são medidas que deveriam estar na dianteira dos Governos.

Esse vírus ainda é novo para toda comunidade científica mundial. Diante disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde recomendam que a única vacina capaz de minimizar os dados da pandemia é que todos se preservem por meio do isolamento social para evitar os contatos e aglomerações. O objetivo é garantir que não haja contaminação em massa, o que tornaria impossível atender a todos os doentes.

No entanto, as pessoas contaminadas precisam de um pronto atendimento rápido e eficaz, reforçando a importância do nosso Sistema Único de Saúde (SUS), que ultimamente se encontra bastante debilitado, pela falta de atenção dos últimos governantes. O atendimento só sobreviveu até hoje graças aos bravos servidores públicos da área da saúde.

Apesar da quarentena estar sendo amplamente determinada pela grande maioria dos governadores e prefeitos, pelo Poderes Legislativo e Judiciário, e até por vários ministros, inclusive e principalmente, o Ministério da Saúde, um grupo minoritário, que gravita em torno do presidente da república, com o seu aval, contraria todas as normas técnicas e científicas, tornando-se uma ameaça à vida e à saúde de nossa população.

Cabe ao governo federal uma liderança sem discrepâncias e sem ataques aos governadores que estão trabalhando para contenção do vírus. É esperado da União a negociação direta com o parlamento sem gastar energia tentando convencer as pessoas de que a pandemia é fantasia, histeria ou apenas uma “gripezinha”.

E, por fim, é urgente a implementação de medidas econômicas para amparar aqueles que ficarão sem rendimento, por exemplo os que estão na informalidade e as pequenas empresas, como no caso da medida recém aprovada Renda Básica Emergencial na Câmara e no Senado, que prevê um auxílio de 600 reais mensais. Após a sanção presidencial, estas medidas devem ser implementadas sem demora. Para isso, podemos e devemos utilizar o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os bancos estatais para que sejam ofertados os créditos, que permitam a reativação da nossa economia.

Estão circulando comentários propondo que esta queda na atividade econômica seja suprida pela diminuição dos rendimentos dos assalariados, tanto público quanto privado. Queremos afirmar que esta conta não pode mais uma vez recair sobre aqueles que já estão com os salários defasados. A contribuição cabe aos que estão lucrando bilhões a cada ano neste país, como é o caso do setor financeiro, por exemplo. Além disso, retirar esta renda daqueles que consomem cria um ambiente ainda mais recessivo para a economia do país.

A importância do serviço público, neste momento, é determinante. Temos que defender o SUS, a educação, a infraestrutura e todos o trabalho daqueles que estão na linha de frente para atender a população em um momento como este.

Queremos deixar bem claro para todos os setores da sociedade, que o Fórum Permanente de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (FOSPERJ) apoia de forma irrestrita as medidas preconizadas pela Organização Mundial de Saúde, no sentido da preservação da vida da nossa população. Estaremos, enquanto servidores públicos, conscientes do nosso dever, firmes em nossa trincheira, na luta contra esta pandemia que se abateu sobre todos nós. E reafirmamos que a vida e a ciência sempre estarão em primeiro lugar.