FOSPERJ apoia a luta antirracista!

Neste momento em que nossa atenção e esforços se concentram em minimizar as consequências trágicas causadas pela pandemia do novo coronavírus, o  Fórum Permanente de Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (FOSPERJ) manifesta veemente repúdio aos episódios que, dentro e fora do Brasil, demonstram atitudes de racismo. 
 
O Brasil foi o último país do continente americano a abolir a escravidão. Os negros traficados eram mantidos em condições subumanas de trabalho, sem remuneração e debaixo de açoite. Quando a escravidão foi abolida no papel, em 1888, nenhum direito foi garantido aos negros, que tiveram que se submeter a condições subumanas de trabalho para terem como sobreviver. São profundas as consequências da escravidão em nosso país e este é um problema secular que precisa de apoio e luta. 
 
A luta antirracista deve ser feita cotidianamente, porque o avanço da violência não pode ser legitimado pelo silêncio ou banalização. E a educação é um dos principais caminhos para interromper as desigualdades sociais e o racismo. Segundo o último Atlas da Violência do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 75% das vítimas de homicídio no Brasil em 2017 são negras. 
 
A necropolítica não pode ser aceita! Nos últimos dias, presenciamos um considerável aumento nas manifestações de repúdio ao racismo, causado pelo episódio de George Floyd, um homem afro-americano que morreu no último dia 25 de maio, depois que Derek Chauvin, então policial de Minneapolis, ajoelhou-se em seu pescoço por pelo menos sete minutos, enquanto estava deitado de bruços na estrada. 
 
Alguns dias antes, João Pedro, um adolescente negro brasileiro, foi baleado durante uma operação policial em São Gonçalo, região metropolitana do Rio. Os parentes dizem que foram impedidos de entrar no helicóptero e não receberam nenhuma informação sobre o menino. 
 
Mais recentemente, dia 2 de junho, Miguel Otávio, menino negro de cinco anos de idade, filho da empregada doméstica Mirtes Renata, caiu do nono andar do prédio em que Mirtes trabalhava, em Recife (PE), por descuido de Sari Gaspar Côrte Real, mulher do prefeito de Tamandaré Sérgio Hacker e patroa de Mirtes, que o colocou dentro do elevador e acionou o comando para um andar mais elevado. Quando o elevador chegou ao nono andar, Miguel saiu, acessou uma área destinada ao sistema de ar condicionado e caiu de uma altura de 35 metros.
 
Estes casos só refletem que ainda há um longo caminho no avanço ao extermínio da violência contra o povo preto. É preciso avançar na consciência de classe e na luta antirracista para avançarmos com dignidade a uma composição de sociedade mais igualitária. Antirracismo é prática diária de escuta, leitura, revisão da história e da linguagem de mundo. 
 
O FOSPERJ apoia iniciativas que atuem  em prol da igualdade racial nos mais diversos espaços de atuação.
 
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