Um médico, servidor público com mais de 25 anos de carreira, que atua na Secretaria Estadual de Saúde está ganhando apenas o equivalente a três salários mínimos. Um profissional indispensável e essencial na luta contra a pandemia do coronavírus vale somente 3 mil reais para o estado do Rio de Janeiro. Este é apenas um exemplo dos milhares de profissionais da Saúde Pública que estão completamente abandonados à própria sorte (ou azar) pelos governos federal e estadual.
O Plano de Carreiras, Cargos e Salários (PCCS) da Saúde estadual, através da Lei 7946, aprovada em 2018, precisa de efetivação urgente. Os servidores da Saúde estão há mais de 20 anos sem aumento real. Somado a isso, eles não têm recomposição inflacionária, como as demais categorias do serviço público. Sendo assim, a situação do pessoal da Saúde é, ainda, mais grave.
Um profissional de nível superior, que ganhava 10 salários mínimos em 1999, acumulando perdas, hoje tem um salário de pouco mais de 3 salários minimos. Essas perdas são maiores e atingem mais forte os mais vulneráveis, o pessoal de nível médio e fundamental, a exemplo dos técnicos e auxiliares de Enfermagem. E eles são os profissionais da linha de frente no enfrentamento da pandemia, que está devastando o estado e o país.
O Fórum Permanente dos Servidores Públicos do Estado do Rio de Janeiro (FOSPERJ), a Intersindical da Saúde, em conjunto com as Associações que integram o Movimento PCCSJÁ!, denunciam o descaso dos governos com o(a) servidor(a) da Saúde e exigem a efetivação do PCCS destes servidores.
Para os governos, quem luta pela vida dos cidadãos brasileiros não merece salário digno a profissão. Para os governantes, quem oferece a própria vida para salvar milhares de brasileiros não é digno sequer de auxílio transporte durante a pandemia. Não é digno de receber por sua qualificação permanente. Contudo, é o profissional de Saúde que não abandonou a população quando ela mais precisa.